domingo, 7 de junho de 2009

A LUZ INACESSÍVEL

“Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos),...”


Paulo inicia sua carta aos Gálatas declarando sua autoridade divina. Usa o recurso do parênteses para reafirmar sua independência espiritual. Declara-se Apóstolo (Gr. Apóstolos: enviado, aquele que se dedica, que se consagra – se sacrifica por alguém ou alguma coisa, oferece com afeição, que não deve ser violado ou infligido, que se destina exclusivamente a...).
Longe de mostrar-se presunçoso (que tem opinião muito elevada de si mesmo), Paulo legítima sua íntima relação com seu Mestre; através das experiências vividas quando de sua conversão.
No capítulo 9 de Atos aprendemos porque Paulo se declara Apóstolo por Jesus Cristo e Deus Pai:
”E indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu”
1- SUBITAMENTE: (inesperadamente). Paulo não fora previamente preparado ou avisado pelo Espírito Santo ou por algum outro mensageiro do céu que teria algum tipo de experiência sobrenatural enquanto estivesse a caminho de Damasco. Muito pelo contrario, nos versículos 1 e 2 de Atos 9, vemos um dedicado doutor em leis, Judeu praticante, fanático, fiel defensor e seguidor das leis Mosaicas e ritos religiosos de seu povo:
“E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens, quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.”
Esse Saulo, que tem repentinamente sua caminhada interrompida, caminhava para Damasco certo de que prestava um grande serviço a Deus e a seu povo. Certamente lhe ardia o coração – inflamado por seu sentido de devoção extrema – enquanto pelo caminho, pensava quão grande era sua missão, e o quanto dependia de sua força, firmeza e autoridade espiritual paralisar o crescimento de tal seita; formada por um número cada vez crescente de fanáticos seguidores de um certo Jesus de Nazaré.
Paulo achava-se motivado ao empreender tal cruzada em favor e defesa de suas convicções religiosas. Há pouco tempo interrogara um certo fanático chamado Estevão, e colaborara firmemente para que este recebesse o merecido castigo por tamanha blasfêmia: pregar um messias chamado Jesus como verdadeiro filho de Deus.(Atos 6:8 a 15)
2- ... O CERCOU: (rodear, circundar, encerrar). Paulo foi literalmente interrompido (fazer cessar, extinguir, cortar a continuidade, parar no decurso de uma ação). Independentemente de estar agindo sob a vontade soberana ou permissiva de Deus, no seu caso, Paulo não teve escolha; tamanha foi a impressão causada por tal experiência.
No diálogo que se segue, visto nos versículos 4,5 e 6 de Atos 9 entendemos a força e o impacto causados por esse encontro sobrenatural (que ultrapassa as leis e as forças da natureza, que pertence ao domínio da fé):
“E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhoes. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, o que queres que faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.”
Aquele Paulo culto, doutor da lei, impetuoso e convicto de suas razões, severo e vigilante mantenedor da lei e dos costumes Judaicos, agora, é só ouvidos.Ouve a voz do Senhor, que vem do céu. Dialoga com essa voz porque sabe que não está delirando. Os varões que o acompanham na jornada, também a ouvem. Paulo está totalmente envolvido por uma presença maravilhosissíma . Talvez, muito rapidamente – numa dessas brevidades de tempo que mais parecem uma eternidade – tenha-lhe vindo à mente as experiências vividas também por Abraão, por Jacó, Moisés, Elias, Jeremias, Jonas, e tantos outros, que ele bem conhecia . No entanto, talvez pelo imprevisível do que estava acontecendo, ele indaga: “Quem és Senhor?”
3- ... UM RESPLENDOR DE LUZ DO CÉU: (brilho intenso, que traz felicidade serena, sem inquietação).
“...Aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível: a quem nenhum dos homens viu nem pode ver: ao qual seja honra e poder sempiterno, Amém.” (1 Timóteo 6:16)
Paulo e “um resplendor do céu.” Paulo e “a luz inacessível.” Um encontro excepcional com “a luz do mundo.” Podemos imaginar Paulo ouvindo muito claramente em seu coração: “Filho meu, atenta para as minhas palavras: às minhas razões inclina o teu ouvido.” (Provérbios 4:20), “... que tens tu que recitar os meus estatutos e que tomar o meu concerto na tua boca, pois aborreces a correção e lanças as minhas palavras para detrás de ti?’ (Salmos 50:16,17), “... àquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: blasfemas, porque disse: Sou filho de Deus?”(João 10:36)
O poder pelo qual é envolvido leva Paulo ao chão. O homem carne é matéria atraída para o centro da terra. “... porquanto és pó e em pó te tornarás.” (Gênesis 3:19b) Paulo é levantado pelo Espírito Santo quando se rende ao chamado de Cristo. Os olhos carnais se lhe escurecem para que possa enxergar mais daquela luz – a Palavra de Deus – que agora se torna acessível.
Então, chegamos ao ápice do poder divino: ‘... Senhor, que queres que te faça?”(Atos 9:6a) O homem é o que Deus quer que ele seja.
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Efésios 2:8)


Deus abençoe.

sábado, 9 de maio de 2009

A presciência de Deus

“Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos seja multiplicada.”

1Ped. 1:2

O Apóstolo Pedro escreveu que somos eleitos segundo a presciência de Deus Pai. Não O Filho, não O Espírito Santo; mas o próprio Pai e criador de todas as coisas. Foi Ele; o sumo arquiteto do universo, que em sua excelência única de Senhor de tudo que foi, é e será criado, quem olhou para nós, nos amou primeiro e depositou em nós sua confiança; por isso nos elegeu.

Por sua presciência, ou seja: por ser conhecedor – único – do que está por vir, Ele nos separou.

Muitas vezes nos perguntamos: porque todo aquele sofrimento na vida de Jó? A resposta é: pela presciência de Deus. Ele sabia – quando permitiu que o diabo tocasse em Jó – que seu eleito não blasfemaria.

O Senhor Jesus mesmo declarou aos seus discípulos: “Mas, daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem O Filho, senão O Pai” (Mc. 13:32). Logo, a presciência é atributo de Deus. É singular.

Deus nos coloca na mesma estatura e condição de seu próprio filho; quando nos elege (chama) para servi-lo. Faltam palavras em nosso vocabulário com que possamos expressar a magnitude de tal maravilha. Talvez consigamos esboçar algo como: ”obrigado Senhor”, acreditando que Ele por sua infinita bondade e misericórdia possa receber nosso balbuciar de agradecimento.

O Deus uno e trino não pode negar-se a si mesmo. Por isso completa sua vontade com as pessoas do Espírito Santo e do Filho.

Pedro escreve ainda: “... em santificação do Espírito...”. O Apóstolo Paulo escreveu: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor” (Heb.12:14).

A santidade testifica o eleito de Deus. É exigência para se ter intimidade com O Filho. Santidade é a Glória de Deus (Ex.15:11). Santidade é dar-se a Deus (Ex.39:31). Santidade é fazer a vontade de Deus (1 Tes.4:3). Se formos santificados pelo Espírito Santo, então, aí sim estamos legitimados na escolha do Criador.

Finalizando a revelação que lhe foi dada Pedro escreveu: “... para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo: ...”

Jesus é nosso grande exemplo de obediência: “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Heb. 5:8). Pedro testifica: “... Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At.5.29b). A obediência faz-nos vencer a luta do espírito contra a carne. A obediência é uma poderosa e eficaz arma da nossa milícia, capaz de aprisionar os demônios e conselhos. (2Cor. 10:45).

Levar-nos a proclamar a libertação, a cura e a salvação pela lembrança do sangue do Cordeiro derramado na cruz do calvário, é o propósito do coração de Deus ao nos eleger.

Através do simbolismo do sangue do cordeiro aspergido sobre a verga e as ombreiras das casas do povo escolhido – antecedendo a fuga do cativeiro Egípcio -, Deus nos trás a figura do Seu Filho: O Cristo; fazendo-se trino e uno.

Por ser conhecedor do amanhã, nosso Deus, poderoso e criador de todas as coisas, falando-nos pelo seu Santo Espírito e revelando-nos seu filho; elegeu-nos para: multiplicando sua graça e paz, fazermos a diferença entre os que servem e os que não servem a Deus.

Deus abençoe.

domingo, 5 de abril de 2009

Jesus sempre presente

"E logo ordenou Jesus que os seu discípulos entrassem no barco e fossem adiante, para a outra banda, enquanto despedia a multidão" Mat.14:22

"Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havido por dignos de evitar todas essas coisas que hão de acontecer e de estar em pé diante do filho do homem" Luc.21:36

"... ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém!" Mat.28:20



Quando damos ouvidos a Palavra de Deus (Iz.53:1) experimentamos continuamente o milagre da presença viva e real do Senhor Jesus em nossas vidas.
Os discípulos passaram pelas veredas do mêdo e do desespero, tornando-se momentãneamente incapazes de reconhecer a presença do Mestre - através da palavra -; tamanho o pavor do qual foram acometidos quando sentiram que suas vidas estavam em perigo de morte. Segundo o registrado por Lucas e Mateus, o apego à vida terrena os impediu de experimentar a presença do Mestre; quando passavam por um momento de real perigo.
A ordem do Senhor Jesus para nós é vigiarmos,para que sejamos achados dignos de te-lo diante de nós. Dignos de não sermos acometidos pelos males desse mundo; enquanto Sua presença for constante e initerrupita em nossas vidas.
Diante do vento forte e das ondas impiedosas, os discípulos se deixaram interromper em sua ligação íntima com Jesus. O laço de proteção que os unia foi rompido pela manifestação terrena do príncipe desse século. Vento e àgua se sobrelevaram sobre tudo o que haviam ouvido e visto até aquele momento.
O Apóstolo Paulo escreveu aos Corintios: "... perseguidos, mas não desamparados; ..." (2Cor.4:9a). Paulo entendia de perseguição, e tribulação, mas sabia - e vivia esse saber - que nunca estava só; nos momentos de fraqueza, era um forte. (2Cor.12:10b)
Como foi dado aos discípulos, a nós também cabe o mesmo mandado: IR. Se guardamos a certeza de que Ele está conosco, e de que estará quando chegarmos (não importa o tempo; com seus impedimentos), certamente O glorificaremos.
Os anos de nossa vida passarão, os tempos determinados serão cumpridos, e o que tiver que ser será. Se aprendemos com Ele, se guardamos o que nos é revelado pelo Espírito Santo através da Sua palavra, confiemos então que estamos acompanhados e amparados, não só nesse nosso limitado tempo terreno, mas, até a consumação dos séculos.


Deus abençoe.
Diácono Jamilson.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Ser racional

CENA 1

Caminhando pelas ruas da cidade, vejo a ação de um cão (desses que vagam pelas ruas). Ele está entre montes de lixo acumulado a espera do caminhão de coleta. O esperto (e faminto) cão pega uma das bolsas de lixo e a leva mais ou menos por uns cincoenta metros, parando em um local que para ele é o ideal para fazer sossegado sua refeição (está claro que o único interesse do cão por aquele saco de lixo é encontrar ali algo que comer). O cão rasga a bolsa de lixo, retira o que lhe interessa, faz sua refeição, e vai embora (talvez a procura de outra bolsa de lixo). O que restou da bolsa e do lixo que estava dentro dela; ficam por ali espalhados.

CENA 2

Caminhando pelas ruas da cidade, vejo a ação de dois garotos (desses que não são “de rua”, mas que por falta do que fazer ou por necessidade vagam pelas ruas). Suas idades variam entre 10 ou 12 anos; não mais que isso. Me chama a atenção vê-los revirando bolsas de lixo penduradas (à espera do caminhão de coleta) no muro de alguém. Retiram duas bolsas de lixo (depois de apalpalas) e afastando-se alguns metros para debaixo da cobertura de varanda de uma birosca (dessas que só funcionam nos horarios de maior movimento)freneticamente rasgam as bolsas, derramam na calçada todo o lixo, e triunfantemente separam e recolhem latas (latas?) de cerveja e refrigerantes. Tudo o que lhes interessa são esses vasilhames (ahh!!), os quais amassam com os pés, colocam em uma outra bolsa que trazem consigo e vão-se embora tranquilamente (talvez a procura de outras bolsas com lixo). O que restou da bolsa e do lixo que estava dentro dela ficam por ali espalhados.

TÓPICOS

1- CÃO: Mamífero carnívoro, domesticado, cuja fêmea apresenta dez mamas, gestação de nove semanas e geralmente dá à luz entre seis e dez filhotes, que atingem a maturidade sexual com um ano. Animal irracional (que é desprovido de razão, de racíocinio).

2- GAROTO: Menino, criança, gaiato (travesso e vadio). Animal racional (que é dotado de razão, faculdade de compreender, conhecer, julgar e discernimento).

CONSIDERAÇÕES I

“E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; …”

Gen.1.24a

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança, …”

Gen.1.26ª

O que diferencia o racional do irracional é o D.N.A de Deus. Ambos fazem parte do projeto divino da criação. Porém, o ser racional determina o desejo do Criador de tornar-se parte integrante e ativa desse seu projeto terreno.

Pelo poder da sua palavra o Senhor Deus determinou que a própria terra; (por si mesma) produzisse alma vivente. A terra; matéria irracional, produziu espécies de seres irracionais (Gen.1.24).

Pelas próprias mãos do Senhor o homem foi feito e entretecido (Jó 10.8-12). Pelo sopro do fôlego de vida a porção racional foi injetada na alma do homem.

CONSIDERAÇÕES II

“Então, aqueles que temem ao Senhor falam cada um com o seu companheiro: e o Senhor atenta e ouve; e há um memorial escrito diante dele, para os que temem ao Senhor e para os que se lembram do seu nome. E eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos, naquele dia que farei, serão para mim particular tesouro; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve. Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não serve.” (Mal.3.16-18)

Aflige-me o espírito; o ter sido testemunha do quão tem se antecipado o diabo a levar o homem tão precocemente à condição de miséria humana e espíritual. Porque age o ser humano de forma tão semelhante ao animais?

As mãos que afagam são as mesmas que roubam. Os olhos que muitas vezes falam por nós expressando amor, piedade e ternura, são os mesmos que cobiçam. O gozo da alma , – expressado na carne – sendo dom de Deus (Ecl.2.24) explode descontroladamente em forma de concupiscência.

CONSIDERAÇÕES III

“O temor do Senhor encaminha para a vida; aquele que o tem ficará satisfeito, e não o visitará mal nenhum.” (Prov.19.23)

O homem foi visitado pelo mal (a visita pode ser rejeitada e até mandada embora) porque foi achado sem temor para com o Senhor. Faltando-lhe o príncipio do conhecimento (Prov.1.7), não sabe de onde veio, porque está aqui e nem para onde vai. Sendo assim, abre-se-lhe o coração para o semeador do mal.

CONSIDERAÇÕES IV

“… José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo.” (Mat.1.20b)

Há (porque está vivo) um que foi gerado sem pecado: o Filho. Uma parte da Trindade foi trazida ao mundo. Sendo formado em carne incorrupítivel, o Filho traz a mensagem de Boas Novas: é possível um novo nascimento (Jo.3.3-7).

Nascer do Espírito é morrer para a carne. Nascer do Espírito é diminuir para que Ele cresça. Nascer do Espírito é edificar-se e viver da fé; para agradá-Lo.

CONSIDERAÇÕES V

O que diferencia aqueles dois garotos daquele cão é o D.N.A racional do Criador. A capacidade de ouvir e entender. A condição de filhos legítimos; outorgada na cruz do calvário.

Quando o Verbo se fez carne (Jo.1.14), trouxe vida a carne. Ao recebermos o Espírito Santo , já não somos obrigados a inclinação à carne (Rom.8.6).

Há uma decisão a ser tomada, uma escolha a ser feita (Josué 24.25).

O filho do homem mostrou-nos que é possível sim, vencer a carne(Jo.13.15). Suportando dores e escárnios, padecendo (Luc.17.25 – 24.26 – Atos 3.18 – 26.23), nos ensinou a resistir e vencer (Fil.1.29).

CONSIDERAÇÕES VI

“Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rom.10.14)

È necessário que aqueles garotos ouçam as Boas Novas. O Evangelho da salvação precisa chegar até eles (Rom.1.16).

O cão nasce irracional e morrerá irracional. Seguirá revirando sacolas de lixo; obedecendo seu instinto de sobrevivência.

Ao homem está reservado a transformação completa através do novo nascimento (2Cor.5.17).

Deus abençoe. Diácono Jamilson

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Lançando fora toda corrupição

Eu creio piamente no Cristo Santo e Puro. Em todos os sentidos Ele me é revelado - pelo Espírito Santo - em seu mais alto grau de Santidade.
Seria um misto de ignorãncia, prepotência e até mesmo de blasfêmia de nossa parte acharmos que o Filho de Deus mesmo quando esteve no nosso meio ( encarnado) , teria tido a mesma constituição carnal que nós temos.
Acredito que mesmo num corpo físico como o nosso, e por isso mesmo sujeito as mesmas sensações e manifestações provenientes da natureza humana, havia com toda certeza um diferencial no corpo físico do Senhor Jesus.
Sendo Ele gerado da semente incorrupitivel, ou seja, pela própria Palavra de Deus; o corpo de Jesus pela sua natureza Divina jamais poderia gerar algo corrupitivel. Por exemplo: tudo que é expelido pelo nosso corpo é o resultado - como sobra - daquilo que não foi aproveitado pelo organismo. Esta é uma forma de defesa encontrada pela natureza para que as demais partes do corpo não sejam contaminadas (por isso as vezes a parte granguenada de um membro do corpo é extirpada; para que não se perca todo o membro).
A carne ferida significa células mortas, ou seja: tecidos internos ou externos que não se regeneram. A parte boa do corpo reage para não ser também contaminada; gerando assim um campo de resistência e defesa; passando a espelir as células mortas através de secreções ou excrementos (purgamentos, corrimentos, sangramentos, escórias e etc.).
Donde concluimos que tudo que é lançado para fora pelo nosso organismo é corrupição. Ou seja: elemento morto.
Jesus é a exeção (da sua saliva foi feito o lôdo que curou um cego). Ele nunca manifestou ou permitiu que saisse d'Ele algo que não fosse vida. Em todos os sentidos Jesus sempre anunciou vida; "e vida com abundãncia".
Ele mesmo declarou: " As palavras que eu vos digo são verdade e vida". Declarou ainda que: " Eis que vos dou o exemplo, para que como eu fiz, façais vós também". Por fim nos lembramos da comissão que d'Ele recebemos: " Aquele que crer em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas".
Portanto, não é o parente mais próximo ou o líder religioso (por mais bem intensionados que possam estar) os responsáveis pelo milagre da cura. A própria pessoa (nós mesmos) pode e deve abrir sua boca expelindo de si o que está corrompido; declarando a vida sobre a morte.
Não podemos pedir que alguém se alimente, tome banho, chore, sorria ou faça as necessidades naturais do corpo por nós.
Da mesma maneira, tudo o que está se corrompendo dentro de nós deve ser colocado p'ra fora por nós mesmos.
Como o Espírito Santo nos revelou no início: em Cristo não havia corrupição nem morte. Precisamos pela fé ter olhos de ver o sentido real do plano da criação: "O homem à imagem, conforme a semelhança de Deus".
Nosso Cristo tem ainda hoje (através de nós) todo poder de transformar morte em vida. Basta tomar sobre nós a autoridade da Palavra da vida sobre a morte (física ou espíritual).
Nosso corpo reage lançando de dentro para fora tudo aquilo que não presta. A célula viva reage e expulsa a morta.
A Palavra da qual o Senhor Jesus foi gerado ( dando-lhe imunidade sobre a corrupição da carne) está hoje a nossa disposição como consequência do sacrifício da cruz. Não podemos desprezala.
Física ou Espiritualmente, é assim que deve ser.



Deus abençoe.

domingo, 2 de novembro de 2008

Somos filhos?

“... E, entrando em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Que te parece Simão? De quem cobram os reis da terra os tributos ou impostos? Dos seus filhos ou dos alheios? Disse-lhe Pedro: Dos alheios. Disse-lhe Jesus: Logo, estão livres os filhos.”
Mat. 17:25, 26

Qual é a nossa condição nesta terra? Entendemos a revelação que foi dada ao Salmista? “Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos.” (Sl. 119:19) Estamos ouvindo e dando crédito a advertência do Apóstolo Pedro? quando ele diz: “Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma,...” (1Pe. 2:11)
Temos assumido nossa condição de filhos legítimos de Deus, confirmados na Escritura Sagrada? Que diz: “Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus...” (1 Jo. 3:1a)
A quem realmente temos servido? Falamos não no sentido superficial das leis dos homens, - imposta s para organização de uma sociedade – mas, no sentido de servidão incondicional, de total confiança e dependência ao Deus todo poderoso.
O Senhor Jesus declarou aos fariseus: “Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo.” (Jo. 8:23) Os fariseus representam aqueles que não crêem em Cristo como filho de Deus e nem em suas promessas. Até se dizem filhos de Deus. Muitos estão certos de que por sua religiosidade - por seu coração piedoso, por serem membros de Igrejas Evangélicas, por obedecerem a seus Pastores, por serem dízimistas e ofertantes, por passarem o dia inteiro dentro de suas Igrejas, por estarem sempre em consagração, por estarem sempre em vigílias nos montes - estão prestando um verdadeiro serviço a Deus. Porém, negam a Cristo quando aceitam e se conformam com as coisas deste mundo: ”E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Rom.12:2)
O Apóstolo Paulo ensina a examinar-mos a nós mesmos, antes de termos parte com Cristo: “Examine-se, pois o homem a si mesmo, e assim coma deste pão, e beba deste cálice.” (1 Cor. 11:28) É impossível, nos declarar Nele, e Ele em nós, se apresentamos ao mundo uma vida cheia de medos, dúvidas, ansiedades, enfermidades, inconstância de humor, prostituições, gulas, e todo tipo de carnalidade.
Sob qual jugo temos caminhado? O do Mundo: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis, porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Cor. 6:14), ou o jugo de Cristo: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossa alma.” (Mat.11:29)
Este mundo cobra caro àqueles que vivem dele e para ele. As palavras: imposto e tributo, expõe a personalidade do seu governante: “... nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” (2Cor. 4:4)
Imposto e tributo: Que se impôs à força, encargo, ônus, obrigação, dano, sacrifício, perda sofrida em razão de alguma coisa ou para alguma coisa. O Senhor Jesus perguntou a Pedro: Para quem é esse tipo de jugo? De quem se faz tais exigências? Quem é cobrado deste modo? Certamente que o jugo deste mundo não é para os filhos de Deus. Mas, e nós? Somos filhos? Agimos como tal; para requerermos esta condição? “O filho honrará o pai, e o servo, ao seu senhor, e, se eu sou Pai, onde está a minha honra? E, se eu sou Senhor, onde está o meu temor?...” (Mal.1:6)
O Senhor Jesus faz no final do versículo 26 de Mat. 17, uma afirmação maravilhosa: “Logo, estão livres os filhos.”
O jugo pesado do diabo, não é para os filhos. O imposto e o tributo, não são para os filhos.
O Salmista declara: “Pereceria sem dúvida, se não cresse que veria os bens do Senhor na terra dos viventes.” (Sl. 27:13) Os bens do Senhor, ou seja, Sua herança são para os filhos gozarem dela; também em vida terrena. Ao partir desta terra, ao homem está reservado outro tipo de herança; conforme o julgamento de Deus: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo.” (Heb. 9:27)
Assumamos nossa posição em Cristo. O que tinha que ser cobrado de nós – pelo governante deste mundo – já foi pago pelo Senhor Jesus: “Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos dos homens.” (1 Cor. 7:23) Portanto, só há um Senhor a quem devamos servir: ”... para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.” (Fil.2:10, 11)
Aprendemos, então, que estamos na condição de filhos. Legitimamente está registrado na Escritura Sagrada. Lei humana alguma pode revogar nosso direito de herdeiros, em Cristo Jesus: “... a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.” (Heb. 1:2)


Amém!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Fazei tudo quanto Ele vos disser.

“... Fazei tudo quanto ele vos disser.”
Jo. 2:5b

O aconselhamento de Maria – a mãe de Jesus – foi para que aqueles homens simplesmente fizessem o que Jesus lhes mandasse fazer; e pronto.
O texto do qual o versículo acima foi tirado, relata uma festa de casamento, na qual, os empregados do anfitrião ficaram perturbados com a situação embaraçosa que tinha diante de si. Ali haviam muitos convidados, e, não seria de bom tom para seu senhor se a festa tivesse que terminar antes da hora, pela falta do vinho. Certamente que eles temiam anunciar ao seu senhor que haviam falhado quanto à provisão de bebida para a festa.
Maria demonstra com sua intervenção, o lado atento, sensível e providencial que há – especialmente - nas mulheres. Ela percebe quando os empregados demonstram – talvez pelo semblante preocupado – sua apreensão por ter o vinho da festa acabado. No entanto, Maria não se deixa perturbar. Ao seu lado, está seu filho Jesus. Ela o conhece – e a seus feitos – desde quando ainda menino começou a demonstrar sua verdadeira condição de Filho de Deus. Como mãe zelosa, sabia do que seu filho era capaz, e por isso, tranqüiliza aqueles homens dizendo: “Fazei tudo o que ele vos disser.”
Este é – como toda Escritura Sagrada – um ensinamento maravilhoso. Jesus disse àqueles homens o que deveriam fazer. Ele lhes ensinou o caminho para resolverem o problema. Os homens obedeceram, e o resultado foi superior ao esperado por eles. Por quê? Porque não apenas a festa continuou tendo fartura de vinho, como também seu senhor foi honrado como alguém que fez além do que seria costume ser feito. “E, logo que o mestre- sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os empregados que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala o esposo. E disse-lhe: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então, o inferior, mas tu guardaste até agora o bom vinho.” (Jo. 2:9, 10)
Aprendemos então, que é simples e certo para nós conseguirmos provisão Divina sobre todas as nossas necessidades. Aprendemos que devemos obedecer a tudo quanto nos for mandado fazer pelo Senhor Jesus. Ele mesmo, O Senhor, diz: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.” (Jo. 13:15)
Para seguir os exemplos do Senhor Jesus, precisamos ordenar nossa vida de comunhão com Ele. Em primeiro lugar, precisamos ser um com Ele. ”... para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” (Jo. 17:21)
Se agirmos assim, estaremos demonstrando nosso verdadeiro amor por Ele. Quando ouvimos, aprendemos, guardamos e praticamos sua palavra; o amamos. “Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele.” (1 Jo. 2:5)
Não basta apenas dizer que cremos e amamos ao Senhor Jesus. O Apóstolo João nos fala a esse respeito: “Aquele que diz: Eu conheço-o e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade.” (1Jo. 2:4). O próprio Senhor Jesus também declara: “E por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?” (Luc. 6:46)
Existe um diferencial na vida daquele que proclama seu amor por Jesus. “Aquele que diz que está nele também deve andar como ele andou.” (1 Jo. 2:6)
Naquela festa, os empregados ouviram o conselho de Maria. Porém, foram as palavras de Jesus que tornaram a água em vinho. Aqueles homens aprenderam e agiram sobre essa palavra. Sobre isso, fala Paulo aos Filipenses: “O que também aprendeste, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; o Deus de paz será convosco.” (Fil.4:9)
Como homem de Deus, Paulo chamava para si o direito – e praticava – às promessas contidas nos ensinamentos do mestre Jesus. “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.” (Jo. 14:12)
Todos nós podemos – porque nos foi dada por Jesus essa autoridade – tudo, no que nos fortalece. “Posso todas as coisas naquele que me fortalece.” (Fil.4:13)
E se nos fortalecemos; é Nele: “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.” (Ef. 6:10) E essa força e esse poder, estão na palavra escrita, falada e revelada. A saber: o Evangelho. “Porque não me envergonho do Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que Crê...” (Rom.1:16a)

Amém!