“Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos),...”
Paulo inicia sua carta aos Gálatas declarando sua autoridade divina. Usa o recurso do parênteses para reafirmar sua independência espiritual. Declara-se Apóstolo (Gr. Apóstolos: enviado, aquele que se dedica, que se consagra – se sacrifica por alguém ou alguma coisa, oferece com afeição, que não deve ser violado ou infligido, que se destina exclusivamente a...).
Longe de mostrar-se presunçoso (que tem opinião muito elevada de si mesmo), Paulo legítima sua íntima relação com seu Mestre; através das experiências vividas quando de sua conversão.
No capítulo 9 de Atos aprendemos porque Paulo se declara Apóstolo por Jesus Cristo e Deus Pai:
”E indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu”
1- SUBITAMENTE: (inesperadamente). Paulo não fora previamente preparado ou avisado pelo Espírito Santo ou por algum outro mensageiro do céu que teria algum tipo de experiência sobrenatural enquanto estivesse a caminho de Damasco. Muito pelo contrario, nos versículos 1 e 2 de Atos 9, vemos um dedicado doutor em leis, Judeu praticante, fanático, fiel defensor e seguidor das leis Mosaicas e ritos religiosos de seu povo:
“E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens, quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.”
Esse Saulo, que tem repentinamente sua caminhada interrompida, caminhava para Damasco certo de que prestava um grande serviço a Deus e a seu povo. Certamente lhe ardia o coração – inflamado por seu sentido de devoção extrema – enquanto pelo caminho, pensava quão grande era sua missão, e o quanto dependia de sua força, firmeza e autoridade espiritual paralisar o crescimento de tal seita; formada por um número cada vez crescente de fanáticos seguidores de um certo Jesus de Nazaré.
Paulo achava-se motivado ao empreender tal cruzada em favor e defesa de suas convicções religiosas. Há pouco tempo interrogara um certo fanático chamado Estevão, e colaborara firmemente para que este recebesse o merecido castigo por tamanha blasfêmia: pregar um messias chamado Jesus como verdadeiro filho de Deus.(Atos 6:8 a 15)
2- ... O CERCOU: (rodear, circundar, encerrar). Paulo foi literalmente interrompido (fazer cessar, extinguir, cortar a continuidade, parar no decurso de uma ação). Independentemente de estar agindo sob a vontade soberana ou permissiva de Deus, no seu caso, Paulo não teve escolha; tamanha foi a impressão causada por tal experiência.
No diálogo que se segue, visto nos versículos 4,5 e 6 de Atos 9 entendemos a força e o impacto causados por esse encontro sobrenatural (que ultrapassa as leis e as forças da natureza, que pertence ao domínio da fé):
“E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhoes. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, o que queres que faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.”
Aquele Paulo culto, doutor da lei, impetuoso e convicto de suas razões, severo e vigilante mantenedor da lei e dos costumes Judaicos, agora, é só ouvidos.Ouve a voz do Senhor, que vem do céu. Dialoga com essa voz porque sabe que não está delirando. Os varões que o acompanham na jornada, também a ouvem. Paulo está totalmente envolvido por uma presença maravilhosissíma . Talvez, muito rapidamente – numa dessas brevidades de tempo que mais parecem uma eternidade – tenha-lhe vindo à mente as experiências vividas também por Abraão, por Jacó, Moisés, Elias, Jeremias, Jonas, e tantos outros, que ele bem conhecia . No entanto, talvez pelo imprevisível do que estava acontecendo, ele indaga: “Quem és Senhor?”
3- ... UM RESPLENDOR DE LUZ DO CÉU: (brilho intenso, que traz felicidade serena, sem inquietação).
“...Aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível: a quem nenhum dos homens viu nem pode ver: ao qual seja honra e poder sempiterno, Amém.” (1 Timóteo 6:16)
Paulo e “um resplendor do céu.” Paulo e “a luz inacessível.” Um encontro excepcional com “a luz do mundo.” Podemos imaginar Paulo ouvindo muito claramente em seu coração: “Filho meu, atenta para as minhas palavras: às minhas razões inclina o teu ouvido.” (Provérbios 4:20), “... que tens tu que recitar os meus estatutos e que tomar o meu concerto na tua boca, pois aborreces a correção e lanças as minhas palavras para detrás de ti?’ (Salmos 50:16,17), “... àquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: blasfemas, porque disse: Sou filho de Deus?”(João 10:36)
O poder pelo qual é envolvido leva Paulo ao chão. O homem carne é matéria atraída para o centro da terra. “... porquanto és pó e em pó te tornarás.” (Gênesis 3:19b) Paulo é levantado pelo Espírito Santo quando se rende ao chamado de Cristo. Os olhos carnais se lhe escurecem para que possa enxergar mais daquela luz – a Palavra de Deus – que agora se torna acessível.
Então, chegamos ao ápice do poder divino: ‘... Senhor, que queres que te faça?”(Atos 9:6a) O homem é o que Deus quer que ele seja.
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Efésios 2:8)
Deus abençoe.
domingo, 7 de junho de 2009
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