CENA 1
Caminhando pelas ruas da cidade, vejo a ação de um cão (desses que vagam pelas ruas). Ele está entre montes de lixo acumulado a espera do caminhão de coleta. O esperto (e faminto) cão pega uma das bolsas de lixo e a leva mais ou menos por uns cincoenta metros, parando em um local que para ele é o ideal para fazer sossegado sua refeição (está claro que o único interesse do cão por aquele saco de lixo é encontrar ali algo que comer). O cão rasga a bolsa de lixo, retira o que lhe interessa, faz sua refeição, e vai embora (talvez a procura de outra bolsa de lixo). O que restou da bolsa e do lixo que estava dentro dela; ficam por ali espalhados.
CENA 2
Caminhando pelas ruas da cidade, vejo a ação de dois garotos (desses que não são “de rua”, mas que por falta do que fazer ou por necessidade vagam pelas ruas). Suas idades variam entre 10 ou 12 anos; não mais que isso. Me chama a atenção vê-los revirando bolsas de lixo penduradas (à espera do caminhão de coleta) no muro de alguém. Retiram duas bolsas de lixo (depois de apalpalas) e afastando-se alguns metros para debaixo da cobertura de varanda de uma birosca (dessas que só funcionam nos horarios de maior movimento)freneticamente rasgam as bolsas, derramam na calçada todo o lixo, e triunfantemente separam e recolhem latas (latas?) de cerveja e refrigerantes. Tudo o que lhes interessa são esses vasilhames (ahh!!), os quais amassam com os pés, colocam em uma outra bolsa que trazem consigo e vão-se embora tranquilamente (talvez a procura de outras bolsas com lixo). O que restou da bolsa e do lixo que estava dentro dela ficam por ali espalhados.
TÓPICOS
1- CÃO: Mamífero carnívoro, domesticado, cuja fêmea apresenta dez mamas, gestação de nove semanas e geralmente dá à luz entre seis e dez filhotes, que atingem a maturidade sexual com um ano. Animal irracional (que é desprovido de razão, de racíocinio).
2- GAROTO: Menino, criança, gaiato (travesso e vadio). Animal racional (que é dotado de razão, faculdade de compreender, conhecer, julgar e discernimento).
CONSIDERAÇÕES I
“E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; …”
Gen.1.24a
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança, …”
Gen.1.26ª
O que diferencia o racional do irracional é o D.N.A de Deus. Ambos fazem parte do projeto divino da criação. Porém, o ser racional determina o desejo do Criador de tornar-se parte integrante e ativa desse seu projeto terreno.
Pelo poder da sua palavra o Senhor Deus determinou que a própria terra; (por si mesma) produzisse alma vivente. A terra; matéria irracional, produziu espécies de seres irracionais (Gen.1.24).
Pelas próprias mãos do Senhor o homem foi feito e entretecido (Jó 10.8-12). Pelo sopro do fôlego de vida a porção racional foi injetada na alma do homem.
CONSIDERAÇÕES II
“Então, aqueles que temem ao Senhor falam cada um com o seu companheiro: e o Senhor atenta e ouve; e há um memorial escrito diante dele, para os que temem ao Senhor e para os que se lembram do seu nome. E eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos, naquele dia que farei, serão para mim particular tesouro; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve. Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não serve.” (Mal.3.16-18)
Aflige-me o espírito; o ter sido testemunha do quão tem se antecipado o diabo a levar o homem tão precocemente à condição de miséria humana e espíritual. Porque age o ser humano de forma tão semelhante ao animais?
As mãos que afagam são as mesmas que roubam. Os olhos que muitas vezes falam por nós expressando amor, piedade e ternura, são os mesmos que cobiçam. O gozo da alma , – expressado na carne – sendo dom de Deus (Ecl.2.24) explode descontroladamente em forma de concupiscência.
CONSIDERAÇÕES III
“O temor do Senhor encaminha para a vida; aquele que o tem ficará satisfeito, e não o visitará mal nenhum.” (Prov.19.23)
O homem foi visitado pelo mal (a visita pode ser rejeitada e até mandada embora) porque foi achado sem temor para com o Senhor. Faltando-lhe o príncipio do conhecimento (Prov.1.7), não sabe de onde veio, porque está aqui e nem para onde vai. Sendo assim, abre-se-lhe o coração para o semeador do mal.
CONSIDERAÇÕES IV
“… José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo.” (Mat.1.20b)
Há (porque está vivo) um que foi gerado sem pecado: o Filho. Uma parte da Trindade foi trazida ao mundo. Sendo formado em carne incorrupítivel, o Filho traz a mensagem de Boas Novas: é possível um novo nascimento (Jo.3.3-7).
Nascer do Espírito é morrer para a carne. Nascer do Espírito é diminuir para que Ele cresça. Nascer do Espírito é edificar-se e viver da fé; para agradá-Lo.
CONSIDERAÇÕES V
O que diferencia aqueles dois garotos daquele cão é o D.N.A racional do Criador. A capacidade de ouvir e entender. A condição de filhos legítimos; outorgada na cruz do calvário.
Quando o Verbo se fez carne (Jo.1.14), trouxe vida a carne. Ao recebermos o Espírito Santo , já não somos obrigados a inclinação à carne (Rom.8.6).
Há uma decisão a ser tomada, uma escolha a ser feita (Josué 24.25).
O filho do homem mostrou-nos que é possível sim, vencer a carne(Jo.13.15). Suportando dores e escárnios, padecendo (Luc.17.25 – 24.26 – Atos 3.18 – 26.23), nos ensinou a resistir e vencer (Fil.1.29).
CONSIDERAÇÕES VI
“Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rom.10.14)
È necessário que aqueles garotos ouçam as Boas Novas. O Evangelho da salvação precisa chegar até eles (Rom.1.16).
O cão nasce irracional e morrerá irracional. Seguirá revirando sacolas de lixo; obedecendo seu instinto de sobrevivência.
Ao homem está reservado a transformação completa através do novo nascimento (2Cor.5.17).
Deus abençoe. Diácono Jamilson
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