terça-feira, 8 de julho de 2008

Davi

. DAVI


“... e disse aos seus homens: O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu Senhor, ao ungido do Senhor, estendendo eu a minha mão contra ele, pois é ungido do Senhor.” (1Sam. 24:6).


O rei Saul queria matar Davi. Durante anos dedicou-se a este maligno intento. Mas, porque isso? Que motivação tinha o primeiro rei de Israel para voltar-se com tanta fúria contra um súdito seu?

“E levantou o Senhor juízes, que os livraram da mão dos que o roubaram.” (Jz.2:16).

Com a morte de Josué, os israelitas interromperam a obra de conquista da Canaã prometida. A ordem de Deus era que fossem totalmente exterminados todos os povos não israelitas. Crianças, velhos, homens, mulheres e até mesmo os animais. Tudo teria de ser destruído para que o povo de Deus tomasse posse total daquelas terras e multiplicasse entre si. Não haveria mistura de raças, mas um povo único, puro; povo escolhido de Deus.
Durante muitos anos o povo vive sem a direção e orientação de um líder. As tribos se separam entre si, contaminan-se com os habitantes daquelas terras e o mais terrível de tudo: afastam-se do seu Deus.
Ao deixarem-se contaminar e deixando de exterminar os povos daquela terra, juntam-se a eles, iniciando-se assim um longo período de contaminação carnal e espiritual. Principalmente espiritual.
Com o passar dos anos, os israelitas vão perdendo a pureza da sua raça. Esquecem-se do Deus de seus pais e voltam-se para deuses pagãs.
Apesar de tanta desobediência e abominação, os israelitas ainda eram o povo escolhido por Deus. O Deus que vela em cumprir Sua palavra e Suas promessas, dá àquele povo uma nova oportunidade de redenção; levantando entre eles homens para dirigi-los: os juízes.
Durante aproximadamente 325 anos, de tempos em tempos, o Senhor Deus derramava do Seu Espírito sobre um homem ou mulher, e levanta dentre o povo juízes; para servirem como orientadores, julgadores e lideres.

“...e disseram-lhe: eis que já estás velho e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o tem todas as nações.” (1Sam.8:5),

Um povo de coração endurecido, obstinado em se inclinar à desobediência. Certamente contaminado de uma maneira tal , que, desejou para si um senhor que não fosse o Senhor de Israel. Sofreram uma influência tão maligna; resultante da convivência com outros povos, que os juízes levantados por Deus já os não agradavam mais.
Não bastava a eles adorarem deuses estranhos. Já não bastava inclinarem-se diante de imagens de escultura feitas por mãos de homens. Comiam dos manjares consagrados a demônios representados por tais imagens. Participavam de cerimônias onde imperavam orgias e todo tipo de abominações . Ofereciam seus filhos em sacrifício ao deus moloque; assando-os vivos.
Agora, querem para si, um rei que os governe, como os povos com quem se contaminavam.
Com o coração e a visão totalmente dominada pelo carnal; e por isso mesmo afastados de Deus, queriam eles um rei. Não seguem mais a direção do Deus de seus pais. Sua limitada e enganosa visão terrena os domina.

“Este tinha um filho, cujo nome era Saul, jovem e tão belo, que entre os filhos de Israel, não havia outro homem mais belo do que ele; desde o ombro para cima, sobressaia a todo o povo.” (1 Sam. 9:2).

O que aquele povo desejasse em seu coração, o Senhor seu Deus os daria. Se tinham uma visão terrena e aparente, assim seria o rei que eles receberiam: carnal, falho, e, como eles queriam: de boa aparência.

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jer.17:9).

O coração do homem é enganoso. Sem a direção e aprovação de Deus, não se firma na verdade. Israel havia desprezado seu juiz vindo da parte de Deus para servir a um rei nascido em seu coração movido por desejos e intenções mesquinhos e rebeldes.

“E, quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós; antes vos ensinarei o caminho bom e direito.” (1 Sam.12:23).
O Senhor Deus dá legitimidade ao sacerdócio do agora profeta Samuel. Faz dele canal de ligação entre si e Israel. Sujeita o rei Saul e os que viriam após ele, à autoridade espiritual do profeta. No concernente a Deus, só o profeta tem autoridade para falar, oferecer sacrifícios, exortar, edificar e consolar.

“Tu, porém,descerás diante de mim a Gilgal, e eis que eu descerei a ti, para sacrificar holocaustos e para oferecer ofertas pacíficas; ali, sete dias esperarás, até que eu venha a ti e te declares o que hás de fazer.” (1Sam.10:8).

Apenas dois anos são suficientes para que Israel veja cair sobre si o peso de sua louca decisão em deixar de servir somente ao Deus vivo, para servir aos desejos malignos e enganosos, de seus corações ingratos e ímpios.

“Bem -aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança e que não respeita os soberbos, nem os que se desviam para a mentira.” (Sl. 40:4).

Faltou ao rei Saul, a Bem-aventurança de amar o seu Deus, de todo o seu coração. Se o fizesse, receberia as palavras que foram ditas ao rei Davi. Seu coração orgulhoso e prepotente o afasta do Deus de Israel. Se enche de medo e incertezas. Leva-o por caminhos que parecem bons à seus olhos, mas, cujo final são caminhos de morte.

“E o Espírito do Senhor se retirou de Saul, e o assombrava um espírito mau, da parte do Senhor” (1Sam. 14:12).

O rei Saul agora está só. O Deus de Israel já não olha mais por ele, nem por seu reino. O profeta Samuel já não é mais seu orientador espiritual. Perde a unção Divina que havia sobre seu reino. Segue governando segundo seu próprio coração, sua visão terrena e limitada. Fica vulnerável; porquanto agora existe uma porta aberta que permite sua alma indefesa ser tomada, dominada e influenciada por espíritos das trevas. Sua mente se corrompe; frutificando pensamentos de amargura, desassossego, inveja, impiedade e iniqüidade. Torna-se blasfemo e idólatra. Incapaz de arrepender-se.

“E as mulheres, tangendo, respondiam umas as outras e diziam: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares. Então, Saul se indignou muito, e aquela palavra pareceu mal aos seus olhos; e disse: Dez milhares deram a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, se não só o reino? E desde aquele dia em diante, Saul tinha Davi em suspeita.” (1Sam.18: 7-9).

Após rejeitar a Saul como rei sobre Israel, Deus manda Samuel ungir Davi como novo rei. Porém, apesar de ter se arrependido quanto a Saul, O Senhor Deus vela em cumprir a sua palavra.
A escolha e a unção que o profeta Samuel confirma na vida do jovem pastor de ovelhas; faz parte do plano de Deus.
Enquanto durava o seu ofício como pastor de ovelhas, o moço Davi cria uma vida de intimidade com o Deus todo poderoso. Passa longos períodos de sua vida no campo. Dias e noites em vigílias e cuidados com o rebanho de seu pai. As longas distâncias que é obrigado a percorrer com o rebanho à procura de bons pastos, água e abrigo, vão forjando seus físico a adquirir destreza e resistência. A proteção que precisava dar ao rebanho; despertava nele o instinto observador, destemido e ousado. Habilidades necessárias para enfrentar as feras que habitavam naquela imensidão de terras.
As imensas pastagens, de exuberante beleza, a diversidade vegetal, animal e mineral, vão despertando no moço o amor por aquelas terras.
Contemplando o céu, observando as estrelas, a lua, os pássaros, imaginado o infinito; sensibiliza-se com a criação e seu Criador.
Davi era o filho mais novo de Jessé. Quando Saul começa seu reinado e guerreia contra outros povos, Davi ainda não tem idade para ingressar no exército. Vai crescendo como ungido de Deus. Sem sequer imaginar em usurpar o trono do seu rei Saul.

“Então, respondeu um dos jovens e disse: Eis que tenho visto um filho de Jessé o belemita, que sabe tocar e é valente, e animoso, e homem de guerra, e sisudo em palavras, e de gentil aparência; o Senhor é com ele.” (1Sam. 16:18).

Assim; passados alguns anos, é apresentado o jovem Davi a seu rei Saul.
Toca a harpa que emite sons melódicos capazes de aliviar; ainda que temporariamente, seu rei do tormento causado por espíritos malignos. Não se esquece da casa de seu pai e das responsabilidades que tem como pastor de ovelhas. Apresenta-se diante de todo o exército de Israel e de seu rei; oferecendo-se a tirar a afronta causada pelo Filisteu Golias e mostrar a todos que há um Deus em Israel que é invencível. Firma aliança de amizade com Jônatas; filho do rei; de quem receberia provas irrefutáveis de amor, respeito e fidelidade. Lidera o exercito de seu rei em grandes batalhas; coroando de vitórias a todo Israel.

“E temia Saul a Davi, porque o Senhor era com ele e se tinha retirado de Saul.” (1Sam. 18:12).

Davi não insultou seu rei Saul. Não o traiu, não o ignorou, não o afrontou. Ao contrário, Davi amava seu rei.
O ódio que foi crescendo descontroladamente dentro do coração do rei Saul, era conseqüência da sua falta de obediência ao Senhor Deus de Israel.
As ciladas que foram armadas contra Davi, as perseguições, as dissimulações, os desvarios, enfim, tudo que foi planejado e tentado pelo rei contra seu fiel súdito; nada mais foi do que investidas do diabo, para tentar impedir o andamento do plano divino de consolidar “...a raiz de David”.

“Do incremento deste principado e da paz, não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar em juízo e em justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.” (Iz. 9:7).






Amém!

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